Arquivo do mês: junho 2011

A ESCURIDÃO DA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA SERÁ A NOITE DO CHUPACABRAS!

“A Noite do Chupacabras”,  de Rodrigo Aragão,  nesta sexta-feira na abertura do 7° FANTASPOA as 21 horas no Cine Bancários  (Rua General Câmara N° 424) .

Minha breve participação no papel de uma entidade canibal.

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A VINGANÇA DOS FILMES B!

 

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SESSÃO “A VINGANÇA DOS FILMES B!”

Estranha

Sobrevivendo às margens do cinema mainstream, as produções independentes de baixo orçamento, além das óbvias dificuldades financeiras de realização, sempre lutaram contra um sistema de distribuição dominado por monopólios, e por vezes com a incompreensão de um público acostumado a uma estética cinematográfica culturalmente imposta pelos grandes estúdios. Durante anos a falta de um mercado exibidor adequado ocasionou o isolamento destas produções em guetos cinéfilos, o que invés de enfraquecer, auxiliou a reforçar o seu caráter de independência, fomentando uma espécie de cinema orgânico, criativo e livre de amarras impostas pelos padrões mercadológicos, possibilitando tanto a experimentação anárquica como a reprodução antropofágica de conceitos tradicionais do cinema de gênero. Na última década a ascensão das mídias digitais possibilitou o acesso facilitado aos meios de produção e exibição, dando maior visibilidade a obras que até poucos anos atrás estariam restritas a um pequeno grupo de cinéfilos.

Esta breve mostra intenciona levar para a tela da Sala P.F. Gastal um grupo de realizadores que ainda luta bravamente por seu espaço no mercado exibidor, ou simplesmente busca encontrar o seu público. Apesar dos diferentes formatos de linguagem, proposta e produção, as obras selecionadas têm em comum, além do baixo (ou zero) orçamento, o diálogo franco e apaixonado com o cinema de gênero, seja investindo no thriller policial ou no horror, ou anarquizando com a tradição dos westerns e dos musicais, ou até mesmo captando uma simples conversa entre dois cinéfilos embriagados. A exibição na tela de um cinema é uma pequena vingança dos filmes B contra um sistema atrelado aos vícios mercadológicos e estéticos da indústria cultural, ou como diria Petter Baiestorf “um grito de guerra dos que nada tem e tudo fazem, contra os que tudo tem e nada fazem”.

(Cristian Verardi- Curadoria)

Sala P.F. Gastal (3° andar da Usina do Gasômetro), sábado, 02 de julho, 17h. Após a sessão debate com os realizadores, Petter Baiestorf, Felipe Guerra, Joel Caetano, Filipe Ferreira e Gustavo Insekto. O debate será moderado pela Profa. Dra. Laura Cánepa (UAM).  ENTRADA FRANCA.

A VINGANÇA DOS FILME B!

Exorcistas, de Luis Gustavo “Insekto” Vargas (RS, Brasil, 2011, 7 minutos). Com Doutor Insekto e Paulo “Blob” Teixeira.

Dois amigos em uma noite de tédio, bebem, fumam, e elaboram teorias sobre o filme “O Exorcista”, de William Friedkin.

Exorcistas

Extrema Unção, de Felipe Guerra (RS, Brasil, 2010, 19 minutos). Com Rodrigo M. Guerra, Oldina Cerutti do Monte, Leandro Facchini.

Um incauto rapaz se muda para uma casa supostamente assombrada pelo fantasma de uma velha fanática religiosa. (Menção Honrosa “Melhor Susto de Velhinha Fantasma”, no Cinefantasy 2010).

Extrema Unção

Estranha, de Joel Caetano (SP, Brasil, 2011, 12 minutos). Com Mariana Zani, Kika Oliveira, Roberta Rodrigues, Tiago F. Galvão, Walderrama dos Santos.

 Duas mulheres em uma estranha e sensual trama de amor, vingança, violência e psicodelia! (Novo trabalho do paulista Joel Caetano, do premiadíssimo curta-metragem “Gato”)

Estranha

Ninguém Deve Morrer, de Petter Baiestorf (SC, Brasil, 2009, 30 minutos). Com Gurcius Gewdner, Lane ABC, Daniel Villa Verde, Jorge Timm, Ljana Carrion, Coffin Souza, Insekto.

Um western musical. Eles cantam, dançam e as vezes matam também! O pistoleiro Ninguém decide largar tudo o que sempre considerou importante: a mulher amada, o grupo de amigos cineastas-assassinos-de- aluguel, e o boi de estimação. No entanto, antes de se redimir precisará enfrentar a fúria de seus antigos comparsas. Mais uma insanidade cinemática de Petter Baiestorf, um dos maiores mitos do underground brasileiro. (Melhor direção no I Guaru Fantástico)

Ninguém Deve Morrer

Os Batedores, de Filipe Ferreira (RS, Brasil, 2008, 20 minutos). Com Marco Soriano Jr., João França, Jack Gerchmann, Artur José Pinto, Jefferson Rachewsky.

Raul, um habilidoso batedor de carteiras é surpreendido pelo retorno à ativa de Amadeu Deodato, um figurão que domina o submundo da cidade e com o qual o tem uma grande dívida. Em sua trajetória na busca de dinheiro para saldar a dívida, Raul se depara com outros marginais, como Odilon, seu antigo mentor, Marcião, um perigoso travesti agiota, e Tosco, um brutamonte psicótico. (Melhor direção no I Festival de Cinema de Ribeirão Pires)

Os Batedores

 

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R.I.P PETER FALK- ADEUS COLUMBO! (1927-2011)

Peter Falk como o detetive Columbo.

 

FILMOGRAFIA:

2009 American Cowslip 
Father Randolph

 2007 O Vidente
Irv

 2007 Three Days to Vegas
Gus ‘Fitzy’ Fitzgerald

 2005 The Thing About My Folks
Sam Kleinman

 2005 Checking Out
Morris Applebaum

 2004 When Angels Come to Town (TV movie)
Max

 2004 O Espanta Tubarões
Don Feinberg (voice)

 2003 Finding John Christmas (TV movie)
Max

 2003 Wilder Days (TV movie)
James ‘Pop Up’ Morse

 1971-2003 Columbo (TV series)
Columbo

Columbo Likes the Nightlife (2003) … Columbo

Murder with Too Many Notes (2000) … Columbo

Ashes to Ashes (1998) … Columbo

A Trace of Murder (1997) … Columbo

Strange Bedfellows (1995) … Columbo

See all 68 episodes »

 2002 O Imbatível
Mendy Ripstein

 2002 Three Days of Rain
Waldo

 2001 The Lost World (TV movie)
Reverend Theo Kerr

 2001 A Town Without Christmas (TV movie)
Max

 2001 A Arma Secreta da Máfia
Francis A. Romano

 2001 Crime Desorganizado
Max

 2001 Hubert’s Brain (short)
Bailey (voice)

 2000 Enemies of Laughter
Paul’s Father

 2000 Lakeboat
The Pierman

 2000 A Storm in Summer (TV movie)
Abel Shaddick

 2000 From Where I Sit (TV movie)
Abe

 1998 Money Kings – No Submundo do Jogo (TV movie)
Vinnie

 1997 Pronto (TV movie)
Harry Arno (Henri Arnaud)

 1996 Feitos Um para o Outro (TV movie)
Willie Clark

 1995 Dupla Sem Par
Rocky Holzcek

 1995 Cops n Roberts
Salvatore Santini

 1992 The Larry Sanders Show (TV series)
Peter Falk

Out of the Loop (1992) … Peter Falk

 1990 Tia Júlia e o Escrevinhador
Pedro Carmichael

 1990 In the Spirit
Roger Flan

 1989 Cookie
Dominick Capisco

 1988 Vibes
Harry Buscafusco

 1987 A Princesa Prometida
The Grandfather / Narrator

 1987 Feliz Ano Novo
Nick

 1987 Asas do Desejo
Der Filmstar

 1986 Um Grande Problema
Steve Rickey

 1981 Garotas Duras na Queda
Harry Sears

 1981 The Great Muppet Caper
Tramp (uncredited)

 1979 Um Casamento de Alto Risco
Vincent J. Ricardo

 1978 Um Golpe Muito Louco
Tony Pino

 1978 The Cheap Detective
Lou Peckinpaugh

 1977 Opening Night
Cameo appearance (uncredited)

 1977 The Dean Martin Celebrity Roast: Frank Sinatra (TV movie)
Columbo (uncredited)

 1976 Mikey and Nicky
Mikey

 1976 Assassinato por Morte
Sam Diamond

 1976 Griffin and Phoenix: A Love Story (TV movie)
Geoffrey Griffin

 1974 Uma Mulher Sob Influência
Nick Longhetti

 1971 A Step Out of Line (TV movie)
Harry Connors

 1971 The Name of the Game (TV series)
Lewis Corbett

A Sister from Napoli (1971) … Lewis Corbett

 1970 Os Maridos
Archie Black

 1970 Rosolino Paternò, soldato…
Peter Pawney

 1969 Castle Keep
Sgt. Rossi

 1969 Gli intoccabili
Charlie Adamo

 1968 A Batalha de Anzio
Cpl. Jack Rabinoff

 1968 A Hatful of Rain (TV movie)
Polo Pope

 1968 Prescription: Murder (TV movie)
Lt. Columbo

 1967 Too Many Thieves
Danny

 1967 Essa Coisa, o Amor
Milt Manville

 1967 The Red Skelton Show (TV series)
Colonel Hush-Hush

Episode #16.16 (1967) … Colonel Hush-Hush

 1966 Os Prazeres de Penélope
Lieutenant Horatio Bixbee

 1963-1966 Bob Hope Presents the Chrysler Theatre (TV series)
Bara / Bert Graumann / Mike Galway

Dear Deductible (1966) … Mike Galway

Perilous Times (1965) … Bara

Four Kings (1963) … Bert Graumann

 1966 Brigadoon (TV movie)
Jeff Douglas

 1965-1966 The Trials of O’Brien (TV series)
Daniel O’Brien

The Only Game in Town (1966) … Daniel O’Brien

The Greatest Game: Part 2 (1966) … Daniel O’Brien

The Greatest Game: Part 1 (1966) … Daniel O’Brien

The Partridge Papers (1966) … Daniel O’Brien

The Blue Steel Suite (1966) … Daniel O’Brien

See all 22 episodes »

 1965 A Corrida do Século
Maximilian Meen

 1964 Ben Casey (TV series)
Dr. Jimmy Reynolds

Courage at 3:00 A.M. (1964)

For Jimmy, the Best of Everything (1964) … Dr. Jimmy Reynolds

 1964 Italiani brava gente
Medic Captain

 1962-1964 The DuPont Show of the Week (TV series)
Collucci / Danilo Diaz

Ambassador at Large (1964) … Danilo Diaz

A Sound of Hunting (1962) … Collucci

 1964 Ambassador at Large (TV movie)

 1964 Robin Hood de Chicago
Guy Gisborne

 1964 Jackie Gleason and His American Scene Magazine (TV series)
Cameo

Episode #2.14 (1964) … Cameo

 1963 Deu a Louca no Mundo
Third Cab Driver

 1963 Wagon Train (TV series)
Gus Morgan

The Gus Morgan Story (1963) … Gus Morgan

 1963 Dr. Kildare (TV series)
Matt Gunderson

The Balance and the Crucible (1963) … Matt Gunderson

 1963 The Balcony
Police Chief

 1962-1963 The Dick Powell Show (TV series)
Dimitre Fresco / Dr. Alan Keegan / Martin

The Rage of Silence (1963) … Martin

The Doomsday Boys (1962) … Dr. Alan Keegan

Price of Tomatoes (1962) … Dimitre Fresco

 1962 The Alfred Hitchcock Hour (TV series)
Robert Evans

Bonfire (1962) … Robert Evans

 1962 Pressure Point
Young Psychiatrist

 1962 Here’s Edie (TV series)
Cabbie

Episode #1.1 (1962) … Cabbie

 1958-1962 Naked City (TV series)
Extortionist / Frank O’Hearn / Gimpy / …

Lament for a Dead Indian (1962) … Frank O’Hearn

A Very Cautious Boy (1961) … Lee Staunton

A Death of Princes (1960) … Gimpy (uncredited)

Lady Bug, Lady Bug (1958) … Extortionist

 1962 87th Precinct (TV series)
Greg Brovane

The Pigeon (1962) … Greg Brovane

 1962 The New Breed (TV series)
Lopez

Cross the Little Line (1962) … Lopez

 1961 Dama por Um Dia
Joy Boy

 1961 Além da Imaginação (TV series)
Ramos Clemente

The Mirror (1961) … Ramos Clemente

 1960-1961 Os Intocáveis (TV series)
Duke Mullen / Nate Selko

The Troubleshooter (1961) … Nate Selko

The Underworld Bank (1960) … Duke Mullen

 1961 Target: The Corruptors (TV series)
Nick Longo

The Million Dollar Dump (1961) … Nick Longo

 1961 The Barbara Stanwyck Show (TV series)
Joe

The Assassin (1961) … Joe

 1961 Alfred Hitchcock Presents (TV series)
Meyer Fine

Gratitude (1961) … Meyer Fine

 1961 The Million Dollar Incident (TV movie)
Sammy

 1961 Cry Vengeance! (TV movie)
Priest

 1961 The Aquanauts (TV series)
Angel / Jeremiah Wilson

The Double Adventure (1961) … Angel

The Jeremiah Adventure (1961) … Jeremiah Wilson

 1961 The Law and Mr. Jones (TV series)
Sydney Jarmon

Cold Turkey (1961) … Sydney Jarmon

 1960 The Witness (TV series)
Abe “Kid Twist” Reles

Kid Twist (1960) … Abe “Kid Twist” Reles

 1960 The Secret of the Purple Reef
Tom Weber

 1960 Have Gun – Will Travel (TV series)
Waller

The Poker Fiend (1960) … Waller

 1960 The Islanders (TV series)
Hooker

Hostage Island (1960) … Hooker

 1960 Murder, Inc.
Reles

 1959-1960 Play of the Week (TV series)
Mestizo

The Emperor’s Clothes (1960)

The Power and the Glory (1959) … Mestizo

 1960 Pretty Boy Floyd
Shorty Walters

 1959 Brenner (TV series)
Fred Gaines

Blind Spot (1959) … Fred Gaines

 1959 Decoy (TV series)
Fred Dana

The Come Back (1959) … Fred Dana

 1959 New York Confidential (TV series)
Pete

The Girl from Nowhere (1959) … Pete

 1959 The Bloody Brood
Nico

 1958 Wind Across the Everglades
Writer

 1958 Kraft Television Theatre (TV series)
Izzy

Night Cry (1958) … Izzy (as Peter Faulk)

 1958 Armstrong Circle Theatre (TV series)
Petar Porovic

The New Class (1958) … Petar Porovic

 1957 Studio One (TV series)
Carmen’s Assistant / Jack

Rudy (1957) … Jack

The Mother Bit (1957) … Carmen’s Assistant

 1957 Camera Three (TV series)
Stendhal

Stendhal (1957) … Stendhal

 1957 Robert Montgomery Presents (TV series)

Return Visit (1957)

 

 

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INVOCATION OF MY DEMON BROTHER- KENNETH ANGER EM PORTO ALEGRE!

Um ícone do cinema do século XX, o norte-americano Kenneth Anger vem a Porto Alegre especialmente para a abertura de uma exposição sobre sua obra, a ser inaugurada no dia 1º de julho, às 19h30, no Mezanino da Usina do Gasômetro. Uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da

Kenneth Anger

Cultura, com o apoio cultural do Hotel Embaixador, a exposição Kenneth Anger tem curadoria da alemã Susanne Pfeffer, do KW Instituto de Arte Contemporânea de Berlim e do MoMA PS1 NY, e chega à capital gaúcha depois de passar por Nova York, em 2009, onde obteve grande sucesso de crítica e público. Trata-se de uma instalação, realizada a partir dos principais filmes de Anger, que são projetados simultaneamente em diversas telas distribuídas em duas salas revestidas de vinil vermelho e prata, respectivamente.

Frequente colaborador da banda Rolling Stones (sendo o inspirador do hit Sympathy for the Devil), Kenneth Anger é o mais cultuado dos cineastas norte-americanos de vanguarda. Famoso pelas delirantes imagens de seus clássicos filmes experimentais (Scorpio Rising, Fireworks, Lucifer Rising), Anger influenciou diretores como Gus Van Sant, David Lynch e Rainer Werner Fassbinder e, segundo Martin Scorsese, este “artista de extraordinária imaginação” é um dos nomes “mais assombrosos e secretos do cinema americano”.

Em 30 de junho, um dia antes da abertura da exposição, às 19h, Anger participa de uma conversa aberta ao público na Casa M, ao lado da curadora Susanne Pfeffer.

No período de 12 a 24 de julho, ainda, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro exibe uma programação especial paralela à exposição. Além de mostrar alguns dos filmes de Anger na tela grande, também serão programados diversos títulos que dialogam com sua obra.

OBRAS DA EXPOSIÇÃO:

Anais Nin em Inauguration of The Pleasure Dome (1954)

Fireworks (Estados Unidos, 1947, 20 minutos)

Fantasia onírica sobre o desejo masculino, inspirada nos conflitos entre marinheiros e mexicanos ocorridos em Los Angeles, em 1944. Anger tinha apenas 20 anos quando dirigiu o filme, inteiramente rodado na casa dos pais, com uma câmera 16mm, e é também seu ator principal. Fireworks ganhou a admiração de Tennessee Williams e de Jean Cocteau, que o selecionou para o Festival do Filme Maldito, em 1949, onde foi premiado.

Puce Moment (Estados Unidos, 1949, 6 minutos)

Neste curta de apenas 6 minutos, Anger usa como figurinos os vestidos herdados de sua avó, que trabalhara como costureira para as atrizes de Hollywood. As roupas foram a base para a criação dessa abstração colorida, que homenageia o cinema mudo.

Eaux D’Artifice (Estados Unidos, 1953, 13 minutos)

Filmado em locações na Itália, na época em que Anger realizou uma viagem pela Europa em companhia da cineasta experimental Marie Menken. A partir do elaborado complexo de fontes da Villa d’Este, construção do século XVI em Tivoli, o diretor faz um celebração musical do excesso barroco. Na trilha sonora, As Quatro Estações, de Vivaldi.

Inauguration of the Pleasure Dome (Estados Unidos, 1954-66, 38 minutos)

Uma constelação de deuses imaginados e coreografados por Anger, criada a partir de uma das legendárias festas a fantasia realizadas pelo decadente astro do cinema mudo Samson De Brier, em sua mansão em Hollywood. Entre as personalidades que participam do filme, estão a escritora Anaïs Nin, o cineasta Curtis Harrington e o próprio De Brier. Uma mistura delirante de imagens, reunindo desenhos de Aleister Crowley, e símbolos cabalísticos, ao som da Missa Eslavônica, do músico Leoš Janáček

Scorpio Rising (Estados Unidos, 1963, 29 minutos)

Depois de voltar da França, Anger começou a documentar a vida da comunidade masculina dos motociclistas do Hell’s Angels da área do Brooklyn. Uma reflexão sobre velocidade, morte, masculinidade, fascismo, religião, revelando as sombrias correntes presentes na cultura popular americana do pós-guerra.

Kustom Kar Kommandos (Estados Unidos, 1964-65, 3 minutos)

Um homem vestindo jeans apertados pole seu carro ao som de Dream Lover. Fragmento de um longa jamais realizado, centrado na cultura dos colecionadores de carros antigos do Sul da Califórnia.

Invocation of My Demon Brother (Estados Unidos, 1969, 12 minutos)

Curta experimental que combina cenas de Haight-Ashbury (centro difusor em São Francisco do movimento hippie e da contracultura na década de 1960), um ritual satânico protagonizado pelo próprio Anger, sequências de reportagens sobre o Vietnã, imagística homoerótica e cenas de apresentações da banda Rolling Stones. A trilha sonora foi composta em teclado eletrônico por Mick Jagger.

Lucifer Rising (Estados Unidos, 1970-1980, 29 minutos)

Uma das mais elaboradas produções de Anger começou a ser rodada por volta de 1966 e foi abandonada em 1967, com a denúncia de que as latas teriam sido furtadas pelo jovem Bobby BeauSoleil, contratado para atuar e compor a trilha musical. Anos mais tarde, as filmagens foram retomadas com a cantora inglesa Marianne Faithfull e o diretor escocês Donald Cammel no elenco. Participação especial do guitarrista Jimmy Page, do Led Zeppelin, numa cena em que ele admira um retrato do ocultista Aleister Crowley. Filmado em grande parte no Egito, o filme ficou pronto em 1972, mas só conseguiu distribuição em 1980.

Marianne Faithfull em Lucifer Rising (1972)

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R.I.P WILZA CARLA (1935-2011)

Wilza Carla (1935-2011)

 

 

 

 

 

Wilza Carla e Betty Faria em Os Monstros de Babaloo, de Elyseu Visconti

 

Filmografia:

1989 – Wiezien Rio
1984 – Padre Pedro e a Revolta das Crianças
1984 – Clube do Sexo
1984 – Bacanal na Ilha da Fantasia
1984 – Made in Brazil
1984 – Mulher de Proveta
1983 – Põe Devagar… Bem Devagarinho
1983 – Vai e Vem À Brasileira
1982 – O Rei da Boca
1982 – Sexo às Avessas
1982 – Os Campeões
1979 – Loucuras…

1979 – O Menino Arco-Íris
1978 – Seu Florindo e Suas Duas Mulheres
1977 – Costinha e o King Mong
1977 – As Eróticas Profissionais
1977 – Será Que Ela Agüenta?
1977 – Chuva Crioula
1977 – Os Pastores da Noite
1977 – Socorro! Eu Não Quero Morrer Virgem
1976 – O Vampiro de Copacabana
1976 – A Ilha das Cangaceiras Virgens
1976 – As Massagistas Profissionais
1976 – As Loucuras de um Sedutor
1975 – Com as Calças na Mão
1975 – Guerra Conjugal
1975 – Um Soutien Para Papai
1974 – Ainda Agarro Esta Vizinha
1974 – Mais ou Menos Virgem
1972 – Ipanema Toda Nua
1972 – Salve-se Quem Puder
1971 – Cômicos e Mais Cômicos
1970 – Os Herdeiros
1970 – Os Monstros de Babaloo
1970 – Pra Quem Fica, Tchau
1970 – O Impossível Acontece
1969 – O Rei da Pilantragem
1969 – Macunaíma
1967 – As Aventuras de Chico Valente
1967 – Palmeiras Negras
1958 – Minha Sogra é da Policia
1957 – Tem Boi na Linha – NOVO!
1956 – Genival é De Morte
1956 – Leonora dos sete mares
1955 – Pani, Amore e Cartnavale
1955 – Trabalhou Bem, Genival
1955 – Chico Viola Não Morreu

 

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DESCONECTE-SE E ABRA UM LIVRO: SOB AS ASAS DO CORVO- INFLUÊNCIAS DE EDGAR ALLAN POE NA OBRA DE MACHADO DE ASSIS.

A literatura, esta arte por vezes obscura, composta de caminhos intempestivos e tortuosos, não raramente aproxima, através de uma estranha rede intertextual, escritores tão talentosos quanto dispares em suas intenções literárias, assim como o americano Edgar Allan Poe e o brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis.

Em comum a vida reservou para ambos uma infância pobre, além do talento literário e de uma singular percepção da humanidade. A pobreza refletiu de forma complexa e oposta em suas obras. Poe era tão obsessivo quanto

Edgar A. Poe (1809-1849)

emblemático ao compor a dissolução do espirito e do corpo, tendendo copiosamente para o macabro. O homem tragado por um emaranhado de sensações, diluído pelo convívio da sociedade humana. Machado envereda pela sutileza, e da mesma forma desvenda as particularidades da natureza humana, no entanto, sem as patologias, tão latentes em Poe.

Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809 na cidade de Boston, E. U. A . Filho de um casal de atores fracassados, ficou orfão de mãe aos três anos de idade, quando foi juntamente com a irmã dado para adoção. Seu relacionamento conturbado com os pais adotivos, acabou gerando o seu primeiro livro, “Tamerlão e Outros Poemas”, datado de 1827.

Em 1839 , Poe publica alguns de seus mais representativos contos, como “A Queda da Casa de Usher” e a compilação  “Contos do Grotesco e do Arabesco”. Em 21 de junho do mesmo ano, nascia sob o calor dos trópicos, em pleno Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, Machado de Assis. Filho de uma lavadeira e de um pintor de paredes, de origem humilde e espírito indômito assim como o atormentado escritor americano.

Enquanto Machado dava seus primeiros passos e aprendia com dificuldade as primeiras palavras, Poe já se tornava um dos mais conturbados e famigerados escritores americanos, mesmo que o reconhecimento só tenha se efetivado realmente após a sua morte. Em 1849, ano de seu falecimento, Charles Baudelaire apaixona-se pela sua obra, e publica com sucesso na França, “Contos do Grotesco e do Arabesco” com o título de “Histórias Extraordinárias”. O reconhecimento, mesmo que tardio, projeta a obra de Poe, fomentando uma nova leitura de seu trabalho, tornando-o rapidamente em um dos cânones da literatura americana. De escritor maldito, rejeitado pelos críticos elitistas, ele passa a ser uma figura de transição entre o romantismo e o realismo, um gênio mórbido no limite da modernidade.

Machado de Assis, aos 16 anos já freqüentava a tipografia da revista Marmota Fluminense, em cujo número de 21 de janeiro de 1855 sai o poema “Ela”. Assim

Machado de Assis (1839-1908)

estreava Machado no mundo das letras. Moreno e de origem humilde, tratou de utilizar o seu intelecto para galgar os preconceituosos degraus da sociedade carioca da época. Aos cinqüenta anos, já era considerado o maior escritor vivo do país, sendo figura respeitada e admirada nos círculos acadêmicos.

Leitor voraz, Machado nunca escondeu suas influências e seus desafetos literários. O fascínio pela obra de Edgar Allan Poe o levou a verter para a língua portuguesa o célebre poema “O Corvo”.

As singularidades mórbidas do escritor americano podem ser pontuadas, mesmo que por leves nuanças, em vários trabalhos de Machado. Obras como “O Enfermeiro”, “A Causa Secreta” e “O Alienista” reservam em si elementos comuns a Poe, como a dualidade do ser, o sadismo mórbido e a loucura.

O personagem Fortunato, do conto “A Causa Secreta”, remete diretamente a obra “O Barril de Amontilado”, contido na compilação “Histórias Extraordinárias”. O Fortunato de Machado revela-se um sádico escondido sob uma máscara de bondade. Tal sadismo é um complemento forjado no molde clássico criado por Poe.

“O Alienista” discute a insanidade de forma irônica, utilizando a lógica para determinar o “certo” e o “errado”. A loucura e a normalidade encontram parâmetros nos atormentados personagens criados por Poe e suas divagações sobre a sanidade e os efeitos de ser uma anormal perante a sociedade.

Em “O Enfermeiro” encontramos reflexos dos intrigantes contos de Poe, “O Gato Preto” e “O Coração Delator”. Neste caso a própria narrativa já se estabelece como uma ponte referencial entre os dois autores. O recurso narrativo utilizado é o da “confissão em primeira pessoa”. Existe um diálogo direto com o leitor.

A confissão de um crime hediondo tem como intuito, não apenas o desabafo do personagem, mas a busca de um cúmplice no leitor. A narrativa tenta impor a compreensão e gerar uma certa cumplicidade no ato criminoso cometido. O diálogo com o leitor é um recurso recorrente na obra machadiana; uma estratégia simples que determina e acerta o ritmo do texto. Poe utilizou-se do mesmo recurso, porém, sem a intensidade de Machado.

O personagem Procópio, assim como o narrador atormentado de “O Gato Preto”, apresenta-se inicialmente como um cidadão de boa índole, gradualmente impelido a cometer um assassinato por uma convergência de fatores incontroláveis.

A famigerada transformação de caráter do personagem não ocorre devido a fraqueza etílica, como o de Poe, mas o crime de morte cometido por ambos procede da obscura cólera que paira sob a natureza humana. A isto Poe chamou de “o espírito da perversidade”.

O gato preto que atormenta e modifica a vida da patética figura que narra o conto de Poe, é substituído por Machado pela figura decrépita e avara do “Coronel”, que transforma o cotidiano do enfermeiro Procópio em um inferno. Assim Machado nos apresenta o personagem:

“Achei-o na varanda da casa estirado numa cadeira bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato que observa, depois, uma espécie de riso maligno alumiou-lhes as feições, que eram duras”.

A utilização do termo “gatuno”, de forma pejorativa, é recorrente no texto.  O termo é uma citação sutil, porém, importante em seu aspecto de intertextualidade:

“Afinal, disse-me que nenhum dos enfermeiros que tivera prestava para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas; dous eram até gatunos!

– Você é gatuno?

– Não senhor.

Ao leitor mais atento é impossível não notar a insistente referência ao felino de Poe. Em relação ao motivo que eclode no crime de morte, são evidentes as semelhanças.  Assim Poe narra a agressão ao felino:

“…me feriu a mão levemente com os dentes. Uma fúria demoníaca apoderou-se instantaneamente de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo”.

O gato preto que intitula o conto de Poe acaba sendo enforcado pelo próprio dono, curiosamente, assim narra Machado o assassinato do coronel:

“Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao pescoço, lutamos, e esganei-o”.

A motivação portanto é a mesma, apesar das diferenças circunstanciais. Algumas semelhanças com o conto “O Coração Delator” podem ser encontradas diante da consciência acusadora que persegue o assassino; assim confessa o personagem Procópio:

“Não creia que esteja fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia distintamente umas vozes que me bradavam: assassino! Assassino!”.

A culpa manifestando-se quase como uma matéria sólida, impelindo o personagem a tomar uma atitude é comum a obra de Poe. A morbidez nunca foi um tema costumas a Machado, aparecendo somente sob circunstâncias especificas, mas nunca gratuitamente, ou como diz Ana Maria Lisboa de Mello em seu artigo “Processos Narrativos Nos Contos de Machado de Assis”:

“As estruturas da ficção machadiana ensejam rupturas com o passado literário, estabelecendo regras que obedecem às próprias lógicas. Ao dialogar com a tradição literária, Machado retoma e, simultaneamente, tranforma aquilo que pode vir a serviço da significação que tenciona construir”.

O diálogo entre autores tão distintos é essencial para se compreender as complexas engrenagens da intertextualidade, e a importância das leituras subjacentes que tornam o leitor uma peça essencial na compreensão de uma obra.

Machado, em determinado momento criou sob a influência e as asas do corvo de Poe, assim como Poe estabeleceu-se em algum momento sob a sombra de escritores ancestrais para gerar as suas histórias extraordinárias.

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