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A VINGANÇA DOS FILMES B-PARTE 3

A VINGANÇA DOS FILMES B- PARTE 3

“A vingança nunca é plena…mas pode ser divertida”

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 De 13 a 15 de dezembro a Sala P.F.Gastal (3° andar da Usina do Gasômetro) sedia a terceira edição da mostra A Vingança dos Filmes B. Concebida em 2011 para servir de vitrine para produções que flertam com o cinema de gênero, a mostra chega ao seu terceiro ano consecutivo se consolidando como um território destinado a divulgação e ao resgate de filmes independentes, produções de baixo orçamento e outros delírios fílmicos, buscando incentivar o público a dialogar com obras que dificilmente encontram espaço nas telas dos cinemas comerciais. Filmes repletos de horror, ação, anarquia, humor e demência, ocupando um mesmo espaço sem restrições quanto ao seu orçamento ou suporte de realização.

O filme de abertura desta edição será o documentário Desagradável, produção que retrata a conturbada trajetória da mítica banda carioca Gangrena Gasosa e sua explosiva mistura de macumba, irreverência e heavy metal. A banda criou o conceito de saravá metal lançando  álbuns agressivos e iconoclastas como Welcome to Terreiro (1993) e Smells Like Tenda Spirita (2000). O diretor paulista Fernando Rick estará presente na mostra para realizar um debate após a sessão.

Fernando Rick tem se destacado entre os realizadores independentes paulistas, sendo também responsável pelo documentário “Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão”, pelo premiado curta “Ivan”, e pelo violento e polêmico “Coleção de Humanos Mortos”.

Três longa-metragens presentes na mostra ajudam a fortalecer e ampliar as possibilidade de se realizar cinema de horror no Brasil, “Mar Negro”, de Rodrigo Aragão, “Nervo Craniano Zero”, de Paulo Biscaia e “Zombio 2- Chimarrão Zombies”, de Petter Baiestorf.

A Sessão Shot or Die apresenta três produções realizadas com pouco, ou nenhum dinheiro, tendo como incentivo apenas a paixão pelo cinema. Obras com orçamento limitado e criatividade de sobra.

A sessão Malditos Curtas reúne obras de diversos estados brasileiros, constituindo um mosaico representativo da atual produção de cinema de gênero no país. Jovens realizadores investindo em filmes de ação, horror, suspense e ficção científica, injetando sangue novo nas veias do cinema brasileiro.

E por fim, a Sessão Sala Especial é dedicada ao grupo de anárquicos comediantes capixabas da TV QUASE. Unidos por Gabriel Labanca (falecido prococemente aos 30 anos, em 2012) a trupe formada pelos dementes Daniel Furlan, Juliano Enrico, Raul Chequer e Klaus Berg, iniciou a mais de 10 anos o projeto de humor multimidia QUASE. O projeto que começou como uma revista em quadrinhos migrou para o youtube, e agora começa a semear seu humor nonsense e sua insolência também na tv aberta. A sessão exibirá além do curta Loja de Inconveniências: A Maldição do Caipora, diversos sketches e a homenagem Labanca Eterno.  E para melhor compreender o que é a QUASE, uma definição do próprio grupo: “Ilogia, delírios, blasfêmia, alucinações, inadequação afetiva, piru, negligência social, devaneio permanente, incoerência, travestismo, cocô, agressividade, mau humor e quadrinhos”.

Sejam bem vindos à Vingança dos Filmes B- Parte 3

(Cristian Verardi- organizador)

APOIO: The Raven / Dirty Old Man / Secretária Municipal de Cultura de Porto Alegre / SalaP.F.Gastal
GRADE DE PROGRAMAÇÃO

 Longas:

Desagradável (2013 / 120 minutos), de Fernando Rick / A banda Gangrena Gasosa tornou-se um mito do underground carioca com a sua inusitada mistura de heavy metal com elementos de umbanda. O documentário aborda a anarquica trajetória da banda em seus 20 anos de existência. Uma história repleta de confusões, estranhas maldições e muito “saravá metal”. (Após a sessão debate com o diretor Fernando Rick)

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Mar Negro (2013 / 100 minutos), de Rodrigo Aragão. Com: Walderrama dos Santos, Mayra Alarcon, Cristian Verardi  / Após se depararem com uma estranha criatura marítima, dois incautos pescadores levam sem saber a morte e a destruição para uma pequena vila à beira mar. Zumbis, demônios, e criaturas mutantes orquestram um dantesco banho de sangue e vísceras. Alucinante desfecho da trilogia iniciada por Rodrigo Aragão em 2008 com “Mangue Negro” (2008), e seguida por “A Noite do Chupacabras” (2011).  Selecionado para festivais como: SITGES Film Festival (Esp) / Morbido (Mex) / Montevideo Fantastico (Ury) / Festival do Rio 2013 (Bra) / Rojo Sangre (Arg)

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Zombio 2- Chimarrão Zombies (2013 / 83 minutos), de Petter Baiestorf. Com: Airton Bratz, Coffin Souza, Gisele Ferran, Gircius Gewdner / Uma pequena comunidade interiorana sofre uma estranha epidemia após consumirem a erva-mate Cronenberg. Um grupo tenta sobreviver em meio ao caos provocado pela invasão de mortos-vivos e outros seres raivosos. Irreverente mistura de horror, humor e sexploitation nesta sequência direta de Zombio (1999), do cultuado diretor independente Petter Baiestorf. (Censura 18 anos). Selecionado para festivais como: SITGES Film Festival (ESp) /  Montevideo Fantastico (Ury)

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Nervo Craniano Zero (2012 / 88 minutos), de Paulo Biscaia. Com: Guenia Lemos, Uyara Torrente, Leandro Daniel Colombo / Uma escritora ambiciosa e um neurocirurgião obcecado utilizam uma ingênua garota como cobaia em um experimento perigoso. Um chip é instalado em seu cérebro afetando o “nervo craniano zero”, o resultado da experiência foge ao controle, gerando consequências nefastas. Prêmio de melhor direção no New Orleans Horror Film Festival 2012 (EUA) / Melhores efeitos de FX no Thriller Chiller Festival 2012 (EUA)

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Curtas:

Distúrbios, Palavrões e Batidas de Carro (2013 / 38 minutos), de Cláudio Guidugli / Jovem apaixonado por prostituta planeja uma ação para assassinar o próprio pai, mas assaltantes desastrados, um psicopata estuprador e um homem com um acesso de fúria após um acidente de carro, transformam o crime perfeito num desastre sanguinolento. Ação, humor negro e drama familiar numa produção independente filmada na pequena cidade de Roca Sales (RS) com orçamento zero, utilizando apenas uma câmera cybershot e muita criatividade.
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You Bitch Die
(2009 / 3 minutos), de Lucas Sá / Traição, vingança e morte. Ela traiu o homem errado, e agora vai pagar com o próprio sangue!

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Filmes São Seus Amigos (2 minutos), de Gurcius Gewdner: Com Raissa Vitral: O diretor independente Gurcius Gewdner faz um procunciamento importante: Filmes são seus amigos!
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A História de Lia (2010 / 13 minutos), de Rubens Mello / Lia é uma adolescente que vive num lar doentio e violento. Para fugir de sua cruel realidade ela se envolve com um grupo de jovens marginais. Porém, uma tragédia é desencadeada quando ela é possuída por sua amiga invisível.

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Rise Weirdo Army (2012 / 4 minutos), de Francis K / Monstros gigantes, kung fu e rock’n’roll, no melhor estilo Damn Laser Vampires.

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Catalogárgula (2013 / 5 minutos), de Lucas Neris / Hélio é um homem peculiar que tira fotos de tudo à sua volta, dando uma conotação própria e estranha aos objetos que o cercam.

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Belphegor (2013 / 6 minutos), de Ricardo Ghiorzi / Nem mesmo a santidade está a salvo diante da presença do mal.

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Tate Parade (2012 / 10 minutos), de Marja Calafange / Sharon Tate volta do além para vingar sua morte e salvar o seu bebê. Uma vingança com sabor de melância.

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O Membro Decaído (2012 / 18 minutos), de Lucas Sá / Um homem vaga a esmo. O destino lhe reserva um caminho de sangue.

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Encosto (2013 / 7 minutos), de Joel Caetano / Um ritual de magia negra não ocorre com o esperado. Qual o preço a pagar pelos seus desejos?

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O Matador de Bagé (2013 / 15 minutos), de Felipe Iesbick / Assis. Matador Profissional. Quinze anos consecutivos o número um de Porto Alegre. Até a chegada de Assunção. (Prêmio de melhor curta da Mostra Gaúcha do Festival de Gramado)

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Estrela Radiante (2013 / 25 minutos), de Fabiana Servilha / Após encontrar um estranho objeto caído dos céus, um homem tem a sua vida modificada quando começa a sofrer estranhas mutações.

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 Paulo e Ana Luiza em Porto Alegre (1998 / 15 minutos ), de Rogério Brasil Ferrari / Um casal portoalegrense com um gosto peculiar pelos prazeres da carne.  Sexo, gastronomia e assassinato num clássico do cinema gore gaúcho.

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Sessão Sala Especial: TV Quase: Loja de Inconveniências: A Maldição do Caipora (2013), de Juliano Enrico /   Jairo só queria entrar em qualquer loja para comprar cigarros. Mas esta não é qualquer loja. E Seu Argemiro é qualquer coisa, menos qualquer vendedor. Aqui ele tenta convencer Jairo a fumar menos, além de alertá-lo para a perigosa criatura que espreita nas profundezas da floresta. (curta seguido de sketches da trupe de comediantes da TV Quase e homenagem póstuma ao humorista Gabriel Labanca). Total: 60 minutos.

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 GRADE DE HORÁRIOS

 13 de Dezembro

20h- Encosto (7’) + Desagradável (120’). Total: 127 minutos (Após a sessão debate com o diretor Fernando Rick)

 14 de Dezembro

15h- Sessão Maldita Matinê I- Filmes São Seus Amigos (2’) + Zombio 2- Chimarrão Zombies (88’). Total: 90 minutos

 17h- Sessão Shot or Die: You Bitch Die (3’ + História de Lia (13’) + Distúrbios, Palavrões e Batidas de Carro (38’). Total: 54 minutos

 20h- Sessão Malditos Curtas: Rise, Weirdo Army (4’) + Catalogárgula (5’) + Belphegor (6’) + Tate Parade (10’) + O Membro Decaído (18’) + O Matador de Bagé (15’) + Estrela Radiante (25’) + Paulo e Ana Luiza em Porto Alegre (15’). Total: 98 minutos. (Após a sessão debate com os realizadores)

 15 de Dezembro

15h- Sessão Sala Especial: TV Quase: Loja de Inconveniências: A Maldição do Caipora + sketches + Homenagem a Gabriel Labanca) (60’)

17h- Sessão Maldita Matinê II – Nervo Craniano Zero (88’)

 19h- Mar Negro (100’)

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Sessão Aurora apresenta “Eles Vivem”!

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“A Sessão Aurora apresenta neste sábado, 3 de agosto, às 18h, na Sala P. F. Gastal (3º andar da Usina do Gasômetro), Eles Vivem, uma das principais obras-primas de John Carpenter. Após a sessão, haverá um debate com os editores da revista Aurora e do Zinematógrafo.
O filme parte da chegada de John Nada (Roddy Piper) a uma Los Angeles de conflitos estéticos, onde miséria e riqueza contrastam nas esquinas, nas lojas e nos supermercados. A concentração do poder, através da mídia, do capital econômico e cultural, se faz presente no cotidiano de todos os habitantes, mesmo que de forma invisível. John, trabalhador autônomo, andarilho das cidades em busca de empregos para seguir se alimentando, é o retrato da mão de obra braçal das metrópoles em meio ao desenvolvimento vertical. Enquanto trabalha na construção civil, o protagonista logo percebe a movimentação de um pequeno grupo que age no submundo da cidade para tentar revelar a grande farsa pela qual a classe dominante exerce seu poder. Utilizando óculos especiais, ele consegue ver o que realmente está por trás de cada imagem que compõe o cenário da cidade.
Fruto de uma década consagradora para o cinema de Carpenter, momento em que o cineasta lança filmes como A Bruma Assassina, Christine, o Carro Assassino, Enigma do Outro Mundo, Fuga de Nova York, Eles Vivem é um de seus trabalhos mais abertamente políticos, dono de uma ironia crítica fulminante que transcende as questões mais pontuais de sua época. Do ponto de vista estético, para além de seu conteúdo ideológico, o filme também é sintomático na obra do americano, com destaque para a célebre e longa sequência na qual dois personagens trocam socos e pontapés em um beco de Los Angeles.
Eles Vivem (They Live), EUA, 1988, cor, 93 minutos. Direção: John Carpenter. Com Roddy Piper, Keith David, Meg Foster, George ‘Buck’ Flower, Peter Jason, Raymond St. Jacques. O filme será exibido em DVD com legendas em português.”

(Pedro Henrique Gomes)

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Segue a Semana do Medo Com Clássicos do Horror na Sala P.F. Gastal!

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O Enigma do Outro Mundo (The Thing, 1982)

Aproveitando o mote do 40º aniversário de lançamento do clássico O Exorcista, de William Friedkin (que teve sua premiére em junho de 1973, na cidade de Nova York), a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) segue exibindo até o dia 2 de junho uma mostra reunindo este e outros filmes célebres que marcaram o cinema de horror nas últimas décadas.
Além do apavorante filme de Friedkin sobre a menina possuída pelo demônio – que está sendo exibido na versão do diretor, com 10 minutos a mais de duração –, a mostra Obras-Primas do Cinema de Horror inclui títulos como Freaks, de Tod Browning, O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, Carrie, a Estranha, de Brian DePalma, e Alien, o 8º Passageiro, de Ridley Scott, entre outros. Nesta segunda semana da mostra, mais dois títulos integram a programação, O Vampiro da Noite, de Terence Fisher, e O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter.
A mostra Obras-primas do Cinema de Horror tem o apoio da distribuidora MPLC.

PROGRAMAÇÃO
O Exorcista (The Exorcist), de William Friedkin (Estados Unidos, 1973, 132 minutos)
Em Georgetown, Washington, uma atriz (Ellen Burstyn) vai gradativamente tomando consciência de que sua filha de 12 anos (Linda Blair) está tendo um comportamento assustador. Desesperada, ela pede ajuda a um padre, que também é psiquiatra (Jason Miller), e este chega à conclusão de que a garota está possuída pelo demônio. Ele solicita então a ajuda de um segundo sacerdote (Max von Sydow), especialista em exorcismo, para tentar livrar a menina desta terrível possessão. Exibição em Blu-ray.

O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby), de Roman Polanski (Estados Unidos, 1968, 136 minutos)
Um jovem casal, Rosemary (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes), se muda para um prédio habitado por estranhas pessoas, onde coisas bizarras acontecem. Quando a mulher engravida, passa a ter alucinações e vê seu marido se envolver com os vizinhos, uma seita de adoradores do demônio que quer que ela conceba o Filho das Trevas. Exibição em Blu-ray.

Alien, o 8º Passageiro (Alien), de Ridley Scott (Estados Unidos/Inglaterra, 1979, 116 minutos)
Uma nave espacial, ao retornar para a Terra, recebe estranhos sinais vindos de um asteróide. Ao investigarem o local, um dos tripulantes é atacado por um estranho ser. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não pára de crescer e tem como meta matar toda a tripulação. Uma das mais bem sucedidas combinações de horror e ficção científica da história do cinema, em filme que inaugurou uma série de sucesso e revelou o talento da atriz Sigourney Weaver. Exibição em Blu-ray.

O Iluminado (The Shinning), de Stanley Kubrick (Inglaterra/Estados Unidos, 1980, 146 minutos)
Durante o inverno, um aspirante a escritor (Jack Nicholson) é contratado para trabalhar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher (Shelley Duvall) e seu filho (Danny Lloyd). O contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu filho passa a ter visões de terríveis acontecimentos ocorridos no local. Um dos grandes trabalhos de Stanley Kubrick, que adapta com virtuosismo o romance de Stephen King. Exibição em Blu-ray.

Carrie, a Estranha (Carrie), de Brian DePalma (Estados Unidos, 1976, 98 minutos)
Carry White (Sissy Spacek), uma jovem tímida, tem poderes cinéticos, e é reprimida pela mãe, uma fanática religiosa (Piper Laurie). Menosprezada pelos colegas, durante o baile de formatura da escola irá usar seu dom para promover uma vingança sangrenta. Eficiente adaptação do romance de Stephen King. Exibição em DVD.

Os Inocentes (The Innocents), de Jack Clayton (Inglaterra/Estados Unidos, 1961, 100 minutos)

Algo e estranho e sinistro estava acontecendo naquela casa, pensou Miss Giddens (Deborah Kerr), contratada para cuidar de Flora e Miles, dois irmãos que ficaram órfãos em circunstâncias misteriosas. Com o passar do tempo, Miss Giddens acredita que existe alguma coisa escondida nas trevas da mansão, fazendo com que as crianças tenham um comportamento muito assustador. A jovem governanta não sabe se terá forças para enfrentar esse perigo oculto na face de crianças inocentes. Impecável transposição cinematográfica da famosa novela de Henry James, A Outra Volta do Parafuso. Exibição em DVD.

Freaks, de Tod Browning (Estados Unidos, 1932, 62 minutos)
Em um circo, um grupo de personagens interpretados por atores com diferentes tipos de deficiência física se vingam da bela e cruel trapezista Cleópatra. Clássico de 1932 que abalou a sociedade da época, foi rejeitado, trancafiado e somente após 30 anos, na década de 60, novamente redescoberto, passando a exercer grande influência em artistas como a fotógrafa Diane Arbus e o cineasta David Lynch. Exibição em DVD. Legendas em espanhol.

Uma Sepultura na Eternidade (Quatermass and the Pitt), de Roy Ward Baker (Inglaterra, 1967, 97 minutos)
Trabalhando na construção de uma nova linha do metrô em Londres, um grupo de operários encontra a carcaça do que acreditam ser um artefato bélico pertencente aos alemães, da época da Segunda Guerra Mundial. Porém, quando um especialista investiga o objeto, todos descobrem que ele guarda um outro grande segredo. Exibição em DVD. Legendas em espanhol.

Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London), de John Landis (Inglaterra/Estados Unidos, 1981, 97 minutos)
David Kessler (David Naughton) e Jack Goodman (Griffin Dunne) são colegas de colégio, que vieram dos Estados Unidos para conhecer a Inglaterra. Pedindo carona nas estradas, eles chegam a uma pequena cidade, onde são atacados por um lobo. As consequências do ataque serão assustadoras. Exibição em DVD.

O Vampiro da Noite (Horror of Dracula), de Terence Fisher. Inglaterra, 1957, 82 minutos.
Clássica adaptação da Hammer Filmes para o romance Drácula, de Brasm Stoker, encarnado pelo ator Christopher Lee, que se imortalizaria com sua elegante criação do conde da Transilvânia. Exibição em DVD.

O Enigma do Outro Mundo (The Thing), de John Carpenter. Estados Unidos, 1982, 108 minutos,
Em uma estação de pesquisa na Antártica, um grupo de cientistas precisa enfrentar uma assustadora forma alienígena. Uma das obras-primas de John Carpenter, um mestre do cinema de horror, que refilma com virtuosimo o clássico O Monstro do Ártico.

GRADE DE HORÁRIOS
Segunda Semana (28 de maio a 2 de junho de 2013)
28 de maio (terça-feira)
15:00 – O Vampiro da Noite
17:00 – Carrie, a Estranha
19:00 – O Exorcista

29 de maio (quarta-feira)
15:00 – Freaks
17:00 – O Enigma do Outro Mundo
19:00 – Uma Sepultura na Eternidade

30 de maio (quinta-feira)
15:00 – Um Lobisomem Americano em Londres
17:00 – Freaks
19:00 – O Bebê de Rosemary

31 de maio (sexta-feira)
15:00 – Os Inocentes
17:00 – Alien, o 8º Passageiro
19:00 – O Iluminado

1º de junho (sábado)
15:00 – O Vampiro da Noite
17:00 – O Enigma do Outro Mundo
19:00 – O Bebê de Rosemary

2 de junho (domingo)
15:00 – Freaks
17:00 – Um Lobisomem Americano em Londres
19:00 – Uma Sepultura na Eternidade

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PREPAREM-SE PARA O MAR NEGRO

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“Mar Negro”, de Rodrigo Aragão, abrirá o FANTASPOA 2013 nesta sexta-feira (03 de maio)  às 19 e às 21h15, no CIneBancários (Rua General Câmara, 424 – Centro). “Mar Negro” não é apenas a consolidação de Aragão como um dos mais notórios realizadores independentes do país, mas também a concretização de uma meta para os fãs de horror que sonham com a proliferação do gênero fantástico no cinema brasileiro. Está é segunda parceria minha com Aragão, que me presenteou com um grande desafio, interpretar uma personagem tão complexa e bizarra quanto a que me foi destinada em “A Noite do Chupacabras”. Espero todos vocês para se divertirem e se aterrorizarem com o mar de sangue e demência que preparamos com tanto carinho!

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13 ASSASSINOS: ENTRE A ICONOCLASTIA E A TRADIÇÃO

Encurralados, guerreiros exercitam a arte de morrer com honra

Em 13 Assassinos, encurralados, guerreiros exercitam a arte de morrer com honra

I

ESSÊNCIA ICONOCLASTA

Existe no cinema proposto por Takashi Miike uma evidente nota dissonante, uma semente de anarquia que, mesmo quando imperceptível a um primeiro olhar, desestrutura a composição geral; um elemento de estranheza que se infiltra e subverte as regras até mesmo da mais convencional das narrativas. No entanto, se a palavra convencional nunca foi apropriada para definir a sua obra, por vezes Miike se dedica a projetos aparentemente formais se comparados ao seu universo habitualmente caótico. E foi o que fez entre 2010 e 2011 quando aceitou dirigir a releitura de dois clássicos do cinema japonês, 13 Assassinos (Jûsan-nin no shikaku, 1963), originalmente dirigido por Eiichi Kudo, e Harakiri (Seppuku, 1962), de Masaki Kobayashi. Miike declarou certa vez que não faz regras para si, pois nunca teve estudo o suficiente para aprender a fazê-las. Declaração compreensível em se tratando de alguém forjado num universo culturalmente estéril e distante da cinefilia que costuma engendrar futuros diretores. A origem de Miike se encontra num bairro operário de Yao, nos arredores de Osaka, onde cresceu em meio a um lar conturbado e cercado por amigos que tinham como maior motivação de vida ingressar na Yakuza, a temível máfia japonesa. Sua paixão não era o cinema, algo que só viria a se interessar após a adolescência, mas o motociclismo. A fascinação pela velocidade o levou a tentar seguir uma frustrada carreira como piloto de corridas. “Eu nunca pensei em me tornar um diretor. Eu considerava a ocupação de diretor de cinema como sendo uma atividade para intelectuais”, afirmaria em uma entrevista, ostentando sua origem proletária. Porém, ao ingressar, a princípio de forma desinteressada em uma escola de cinema em Yokohama dirigida pelo renomado Shohei Imamura, a Yakuza perdeu um possível membro, às pistas de corrida um velocista, e o cinema japonês ganhou um realizador original, com uma queda pelo grotesco e pela transgressão. Suas investidas iniciais na direção já evidenciavam seu desdém pelas convenções da gramática cinematográfica, transformando simples filmes de encomenda para o mercado de vídeo japonês em delirantes exercícios estéticos e narrativos, e em ousadas provocações à rígida moral da sociedade japonesa. De certa forma o baixo orçamento investido lhe dava liberdade criativa, pois os produtores apenas se importavam com os prazos, pouco se intrometendo no resultado final desde que tivessem um produto para comercializar. Miike filmava incessantemente com velocidade e fúria, investindo, sempre com seu toque peculiar, nos mais variados gêneros. Independentemente do suporte que dispunha em mãos, seja produzindo em vídeo, película, ou para a TV, Miike chegou a dirigir mais de seis filmes por ano, o que lhe rendeu a memorável marca de mais de 90 filmes em 20 anos de carreira. A produção intensa naturalmente gerou obras irregulares, mas que foram seminais para a lapidação de sua persona cinematográfica, que começou a chamar a atenção do público internacional através do niilismo brutal de Fudoh: The New Generation (Gokudô: Sengokushi: Fudô, 1996). A caótica edição vista nos minutos iniciais de Morrer ou Viver (Dead or Alive: Hanzaisha, 1999), onde o espectador é bombardeado freneticamente por imagens desconexas envolvendo sexo, drogas e violência, a naturalidade com que transforma abruptamente um romance açucarado em uma trama repleta de horrores em Audition (Ôdishon, 1999), ou como destrói sem pudores os valores da família japonesa em Visitor Q (Bijitâ Q, 2001), constituem bons exemplos de sua deliberada iconoclastia, seja moral ou estética. Sempre indiferente ao gênero e as suas regras, realizou desde populares filmes de Yakuza, como Shinjuku Triad Society (Shinjuku kuroshakai: Chaina mafia sensô 1995) e Full Metal Yakuza (Full Metal Gokudô, 1997), até dramas sensíveis como The Bird People in China (Chûgoku no chôjin, 1998), além de inusitadas obras infantis, como A Grande Guerra Yokai (Yôkai Daisensô, 2005), e o recente Ninja Kids!!! (2011). E nem mesmo a sua descoberta pelo público ocidental, potencializada com o sucesso internacional de Audition (1999), e a possibilidade de alcançar uma platéia mais diversificada parece ter aplacado a sua propensão instintiva à quebra de paradigmas. Contratado para dirigir um dos segmentos da série televisiva norte americana Mestres do Horror, Miike chocou os produtores com o resultado final. Seu episódio Marcas do Terror (Imprint, 2006), acabou censurado pelo canal Showtime, não indo ao ar nos E.U.A devido a sua trama grotesca e a uma seqüência de tortura de extrema violência e degradação. Porém, se a subversão parece ser uma tendência natural para o seu cinema, Miike não se importa em também quebrar a expectativa de seu público, entregando silêncio quando todos aguardam histeria, ou sensibilidade invés da truculência. Ao crítico holandês Tom Mês, autor do livro Agitator: The Cinema of Takashi Miike, declararia: “Tenho a sensação de que as pessoas nos festivais internacionais esperam algo violento ou radical dos meus filmes, um tipo de entretenimento extremo (…). Mas não era meu objetivo fazer esse tipo de filme, eles são apenas o resultado da escolha da melhor maneira de se retratar algo”.

II

13 ASSASSINOS E O FLERTE COM A TRADIÇÃO

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  Sempre prolífico, em 2010 Miike produziu quase que simultaneamente novas adaptações para dois clássicos do cinema japonês dos anos 1960, 13 Assassinos (Jûsan-nin no shikaku), e  Hara-Kiri: A Morte de um Samurai (Ishimei), este último filmado em 3D e lançado em 2011. Embora tenha preferência por projetos originais, refilmagens não são nenhuma novidade em seu currículo, em 2002, por exemplo, realizou uma abordagem mais contemporânea do cultuado thriller Alugados Pelo Inferno (Jingi no hakaba, 1975), de Kinji Fukasaku. Curiosamente, apesar de filmado em 3D, Hara-Kiri: A Morte de um Samurai não utiliza as artimanhas fáceis do suporte, preocupando-se apenas em captar a profundidade de campo. Ou seja, o provocador Miike filma um drama em terceira dimensão sem usar os recursos mais óbvios desta técnica. Em comum, 13 Assassinos e Hara-Kiri: A Morte de um Samurai lidam com temas caros à cultura japonesa, honra, tradição e sacrifício. Ambos se passam no Japão feudal, dissertam sobre o rígido universo dos samurais, e suas tramas são deflagradas através do cometimento do seppuku (o suicídio ritual japonês). Miike optou por manter a estrutura narrativa clássica destas obras, e mergulhou com reverência no universo dos samurais, mantendo-se, ao menos na superfície, fiel ao material original. Porém, se narrativamente os filmes não se distanciam de seus antecessores, é no discurso referente às tradições que o texto revela ambigüidade. Na visão de Miike toda honra é questionável. A trama de 13 Assassinos ocorre durante a Era Koka (por volta dos anos 1840), quando o Japão, superado seus conflitos internos, passava por um período de paz, e muitos samurais encontravam-se desprovidos de utilidade, ganhando a vida como simples guarda-costas ou matadores de aluguel. No entanto o suicídio é o recurso extremo que um ancião do clã Akashi utiliza para alertar as autoridades sobre o vergonhoso comportamento do Lorde Naritsugu (Goro Inaki). Meio irmão do atual Xogum, Naritsugu protegido por sua estirpe real incorre impunemente em atos de crueldade, estuprando e matando com requintes de sadismo, tanto nobres como cidadãos comuns. Suas atitudes se tornam um escândalo, e sua ascensão política pode acabar com a paz no Império. A solução encontrada pelos clãs é planejar, sem o conhecimento do Xogum, a morte de Naritsugu. Um guerreiro aposentado chamado Shinzaemon (Kôji Yakusho) é escalado para executar o atentado, cabendo a ele a tarefa de arregimentar um pequeno grupo de samurais renegados dispostos a 13-assassins-2partir em uma missão suicida, motivados apenas pela honra de morrer pelo futuro do Império. O vilão concebido por Goro Inaki impressiona por sua composição niilista. Sua frieza e seu sadismo o colocam num lugar de honra na extensa galeria de personagens psicóticos que compõem a obra de Miike. O embate estratégico entre Shinzaemon e Hanbei (Masachika Ichimura), líder da guarda pessoal de Lorde Naritsugu, domina boa parte da trama. Desenvolve-se a partir do conflito entre estes dois velhos samurais fieis ao código de honra do Bushido, um verdadeiro jogo de enxadristas, onde um tenta antecipar o próximo passo do outro, culminando em uma batalha de proporções épicas que se estenderá de forma brutal durante os 40 minutos finais. É na crueldade do campo de batalha que Miike sente-se à vontade para exercitar a sua verve cruel; é onde as estratégias saem do papel para selar destinos, rasgando graficamente a carne do inimigo. O vilarejo-armadilha onde os 13 samurais emboscam o exército de Naritsugu transforma-se num inferno de sangue e fúria, onde no fim das contas revela-se a verdadeira natureza de cada homem em combate. A cultura secular japonesa do seppuku, mais conhecida popularmente por harakiri (palavra que significa cortar a barriga), é carregada de elementos tão complexos que motivações aparentemente insignificantes fogem a compreensão de nossos olhos ocidentais. Ao dissecar a cultura do suicídio, em seu estudo A Morte Voluntária no Japão, Maurice Pinguet escreveu: “Trata-se da honra de uma família, do sucesso de uma expedição, no máximo da tranqüilidade do Império- mas o movimento é o mesmo. O sacrifício enfim se interioriza e se depura em morte voluntária, toda a violência é reabsorvida na decisão de morrer, e a vitima, morrendo com seu pleno consentimento, não suscita tanto a piedade, mas a admiração e a gratidão”. Assim, neste período conturbado da história do Japão, onde a violência era uma ferramenta necessária, saber matar era uma obrigação, mas saber morrer com dignidade era uma arte para poucos, e Miike explora com sobriedade as motivações deste sacrifício voluntário, mas não sem inserir um elemento contestador. “Como o destino sorri para mim. Como samurai nessa era de paz, estive esperando por uma morte honrada”, diz Shinzaemon sentindo-se agraciado com a missão suicida, mas o contraponto deste pensamento surge na figura do último guerreiro a ser cooptado. Encontrado preso em uma armadilha nas montanhas, o caçador Koyata une-se ao grupo de assassinos, mas se revela um ser misterioso, ambíguo, seria ele um demônio da floresta? Um mítico Youkai? Pois é Koyata o elemento desestabilizador que zomba da honra dos samurais, da sua arrogância e seriedade, de seu compromisso com as tradições. Koyata é a voz subversiva de Miike infiltrando-se na narrativa, questionando valores, debochando das inúteis formalidades, que no fim das contas apodrecem com os cadáveres no campo de batalha. E é no destino surreal deste personagem que o diretor deixa emergir naturalmente a sua pré-disposição em romper com as convenções. É também na exploração gráfica da violência que Miike desequilibra as sutilezas da narrativa, não poupando o espectador dos detalhes mórbidos dos crimes cometidos por Naritsugu, como a exibição da garota nua, que com seus membros decepados e língua extirpada, torna-se prisioneira de seu próprio corpo, sufocando em sua agonia.s crimes de a narrativa clrmal e Em 13 Assassinos Miike vai de encontro a um universo consolidado no cinema por realizadores como Kobayashi, Okamoto e Kurosawa, que através de Os 7 Samurais (Shichinin No Samurai, 1954) tornou canônica a fórmula onde figuras marginais são recrutadas para empreender uma missão suicida, modelo que refletiu em obras além do oriente, como na refilmagem americana Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven, 1960), de John Sturges, na composição de Os 12 Condenados (The Dirty Dozen, 1967), de Robert Aldrich, e tantos outros. Os samurais sobrevivem no imaginário popular graças principalmente a imagem que cinema construiu deles, e Miike flerta com essa tradição, reverenciando e questionando noções de sacrifício e honra, porém, seu espírito anárquico continua correndo velozmente sob a epiderme, indo ao encontro da amarga conclusão de Pinguet: “A morte voluntária foi o coração sombrio imutável e dilacerado da ética guerreira”.

(artigo publicado originalmente na revista Teorema- Crítica de Cinema, número 21, dezembro de 2012)

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O DIA DA CORUJA NO PROJETO RAROS

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Franco Nero e Claudia Cardinale em O Dia da Coruja

Nesta sexta-feira,15 de março, às 20 horas, o primeiro projeto Raros de 2013 presta homenagem ao diretor italiano Damiano Damiani com a exibição de O Dia da Coruja (Il Giorno Della Civetta, 1968). Conhecido pelo grande público principalmente por seus westerns spaghetti, como Uma Bala Para o General (El Chuncho, Quien Sabe?, 1966) e Trinity e Seus Companheiros (Um Gênio, Due Compari, Um Pollo, 1975), Damiani faleceu em Roma, no último dia 07 de março, aos 90 anos. Diretor versátil, realizou  mais de 30 filmes transitando entre diversos gêneros, de dramas intimistas, passando pelas comédias, westerns, pelo horror, e por thrillers policiais onde lançava um olhar apurado sobre as maquinações políticas e as engrenagens que movimentavam a máfia italiana.

O Dia da Coruja, baseado no romance homônimo de Leonardo Sciascia, acompanha a luta de Bellodi (Franco Nero), um jovem oficial de polícia de Milão recém chegado à Sicília, para desvendar a morte de Salvatore Colasbena, um modesto empreiteiro da construção civil. As investigações o colocam em conflito com a máfia siciliana, políticos locais, e o aproximam de Rosa (Claudia Cardinale), a viúva da vítima. Conforme se aproxima da verdade, Bellodi começa a compreender a rede de violência e corrupção que movimenta os interesses políticos da região.

Atenção: O Dia da Coruja será exibido numa cópia em DVD, com legendas em espanhol. A entrada é franca.

O Dia da Coruja (Il Giorno Della Civetta / 1968), de Damiano Damiani. Com: Franco Nero, Claudia Cardinale, Lee. J. Cob

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PROJETO RAROS

SALA P. F. GASTAL – USINA DO GASÔMETRO

SEXTA-FEIRA, DIA 15 DE MARÇO, 20H

ENTRADA FRANCA

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PROJETO RAROS APRESENTA SCHOOL OF THE HOLY BEAST!

School of The Holy Beast (Seiju Gakuen, 1974)

Esquentando os motores para a mostra A Vingança dos Filmes B-Parte 2, o Projeto Raros da Sala P.F. Gastal (3° andar da Usina do Gasômetro), apresenta no dia 16 de novembro, às 20 horas, o famigerado nunsploitation japonês School of The Holy Beast (Seijû Gakuen), 1974). Entrada franca.

Obstinada em desvendar sua origem e solucionar o assassinato de sua verdadeira genitora, Maya (Yumi Takigawa), uma garota indômita e sexualmente liberada, assume uma falsa identidade para se infiltrar no convento onde sua mãe se tornara freira. Invés de serena e pacífica a vida no claustro se revela uma sucessão de privações e castigos sádicos, num ambiente opressor onde impera uma constante tensão sexual. Aos poucos segredos bizarros sobre a irmandade são descobertos, colocando Maya em conflito com a madre superiora (Ryouko Ima) e com o cruel Padre Kakinuma (Fumio Watanabe), desencadeando uma irreversível onda de loucura e morte.

O amálgama vísceral entre o profano e o sagrado tornam o nunsploitation um subgênero maldito por natureza. Apesar de sua popularização durante os anos 1970 por conseqüência da polêmica causada por filmes como As Possuídas (The Devils, 1971), de Ken Russell, obras envolvendo freiras em constante conflito entre o corpo e o espírito, extravasando a sexualidade reprimida entre os muros dos conventos através de atos de devassidão e crueldade, não eram nenhuma novidade, pois o tema despontava no cinema, mesmo que timidamente, desde os seus primórdios. Filmes como Häxan, A Feitiçaria Através dos Tempos (Häxan, 1922), de Benjamin Christensen, e até mesmo o reverenciado Narciso Negro (Black Narcissus, 1947), de Michael Powell, foram algumas das sementes deste subgênero, que trataria o tema com tons mais perversos, trocando a sutileza pela exploração sensacionalista do tabu envolvendo sexo, violência e religiosidade.

 School of The Holy Beast, como é conhecido internacionalmente Seijû gakuen, é um dos mais curiosos exemplares deste subgênero, seja pela sua beleza plástica ou por se tratar de uma obra advinda de um país oriental onde a influência do catolicismo é praticamente nula em sua cultura. Realizado no Japão por Noribumi Suzuki durante a efervescência dos chamados pinku eiga (filmes cor-de-rosa), thrillers repletos de erotismo e violência protagonizados por mulheres, School of The Holy Beast mistura religiosidade à fórmula praticada pelo cinema erótico japonês, gerando uma obra peculiar, cruel, herética e repleta de estilo. Não faltam em sua estrutura regras básicas para o exercício do gênero, blasfêmias, torturas brutais, lesbianismo, histeria sexual, uma madre superiora sádica, e muita nudez.

 A sua violência estilizada, realçada através de planos inventivos e uma fotografia rebuscada, diferencia o filme de Suzuki das dezenas de produções européias do gênero perpetradas no mesmo período, geralmente obras de baixo orçamento que pecavam pela pobreza visual, estando mais preocupadas em apenas fornecer seqüências gratuitas de sexo e violência ao público do que com aspectos técnicos. O cuidado com a composição estética gerou momentos impactantes, tanto pelo sadismo como pela sua beleza mórbida, como a seqüência onde Maya é açoitada por um grupo de freiras com ramos de rosas, ou quando duas noviças são obrigadas a se chicotearem mutuamente. E até mesmo a imagem de uma garota coagida a urinar sobre um crucifixo após uma sessão de tortura, apesar de desconcertante, soa estranhamente harmoniosa.

A ousadia do diretor Suzuki vai além da exploração gráfica do sadismo religioso. Ao fazer referência aos horrores gerados pela bomba de Nagasaki, associando os traumas da guerra com a maldade e a loucura de uma das personagens, ele preenche a trama com uma dose extra de nilismo e amargura.

OBS: Após a sessão ocorrerá um debate comigo e com Cesar Almeida, autor do livro “O Cemitério Perdido dos Filmes B”.

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PREPAREM-SE PARA A VINGANÇA DOS FILMES B-PARTE 2!

Street Trash (1987), de Jim Muro

“A vingança é uma espécie de justiça selvagem”. (Francis Bacon)

De 23 a 25 de novembro a Sala P.F.Gastal (3° andar da Usina do Gasômetro) recebe a segunda edição da mostra “A Vingança dos Filmes B”!

O termo “Filme B” surge durante os anos 1920 para classificar produções baratas de pequenos estúdios (westerns, suspenses, seriados de aventura), que serviam de complemento em sessões duplas para os filmes Classe A, ou seja, aqueles realizados pelos grandes estúdios com orçamentos milionários e grandes estrelas. Os “Filmes B” eram feitos a toque de corda, em poucos dias, com astros de terceira e orçamento irrisório. Existia uma área em Hollywood conhecida como Powerty Row (cinturão da pobreza), por reunir diversas produtoras independentes que forneciam filmes de baixo orçamento que eram comprados e distribuídos pelos grandes estúdios. Esse sistema funcionou até o final dos anos 1950, quando acaba a chamada “Era de Ouro de Hollywood”. Apesar da deturpação de seu contexto original, e das modificações na simbiose entre os grandes estúdios e os produtores independentes, o termo Filme B sobreviveu adquirindo conotações diferentes, mas ainda é uma boa definição para filmes de gênero realizados fora do sistema dos estúdios, com orçamento limitado, atores desconhecidos e temática fora dos padrões. Porém, hoje a tela dos cinemas é uma realidade distante para a maioria destas produções que lutam por um espaço público de exibição.

A mostra A Vingança dos Filmes B foi concebida para servir de vitrine para produções independentes que flertem com o cinema de gênero, funcionando como um espaço democrático onde coexistam os mais variados tipos de

A vingança é plena em “Amarga Hospedagem”, de Cláudio Guidugli.

expressão cinematográfica, do horror à comédia, passando pelos filmes sci-fi e pelo cinema de ação, sem se importar com o orçamento investido (sejam produções rebuscadas ou de orçamento zero), ou com o suporte de realização. Produções em película, digital e VHS ocupando pacificamente o mesmo espaço. Um evento destinado ao resgate e a divulgação de filmes independentes, bizarros, engraçados ou assustadores, incentivando o público a dialogar com obras que dificilmente encontram espaço nas telas dos cinemas.

Chegou a hora dos independentes retomarem o seu espaço nas telas, mas não como meros coadjuvantes, e sim como atração principal! Está na hora da Vingança dos Filmes B-Parte 2!

PROGRAMAÇÃO

A VINGANÇA DOS FILMES B – PARTE 2

(ENTRADA FRANCA / CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS)

 Sexta-Feira, 23 de Novembro.

19h30- Horror.Doc (72’), de Renata Heinz

(OBS: Após a sessão debate com Renata Heinz)

Sábado, 24 de novembro

15h- 20 Anos de Canibal Produções: Baiestorf: Filmes de Sangreira e Mulher Pelada (20’),Christian Caselli + Boi Bom (12’)  + Blerghhh (50’) (Após a sessão debate com Petter Baiestorf)

17h30- Sessão Trash’O’Rama: Cachorro do Mato (15’), de Maurício Ribeiro + Amarga Hospedagem (60’), de Claúdio Guidugli

(OBS: Após a sessão debate com o realizador Cláudio Guidugli)

19h30- Sessão de Curtas I: O Solitário Ataque de Vorgon (6’), de Caio D’Andrea + Rango (6’), de Rodrigo Portela + Morte e Morte de Johnny Zombie (14’), de Gabriel Carneiro + Sangue e Goma (11’), de Renata Heinz + Vontade (10’), de Fabiana Servilha + Nove e Meia (20’), de Filipe Ferreira + Rigor Mortis (20’), de Fernando Mantelli e Marcello Lima.

(OBS: Após a sessão debate com os realizadores)

(total: 87 minutos)

Domingo, 25 de Novembro

15h- A Noite do Chupacabras (95’), de Rodrigo Aragão

17h- Maldita Matiné: Testículos (15’), de Christian Caselli + Street Trash, de Jim Muro (90’)

19h30- Sessão de Curtas II: Raquetadas Para a Glória (7’), de TV Quase + X-Paranóia (14’), de Cristian Cardoso e Felipe Moreira  + DR (10’),de Joel Caetano e Felipe Guerra + Confinópolis – A Terra dos Sem Chave (16’), de Raphael Araújo +  O Curinga (14’), de Irmãos Christofoli + Coleção de Humanos Mortos (20’), de Fernando Rick + Rackets in London- The Olympic Dream (7’), de TV Quase

(Total: 89 minutos)

(OBS: Após a sessão debate com os realizadores)

LONGAS:

Horror.DOC, de Renata Heinz (RS, 2012, 72 minutos). Com Rodrigo Aragão, Paulo Biscaia, Carlos Primati / Horror.DOC se propõe a decifrar o passado e o futuro do cinema de horror no Brasil, através de entrevistas com diretores, críticos e pesquisadores do gênero. Um pungente panorama do horror no cinema brasileiro com depoimentos de diretores como Rodrigo Aragão (Mangue Negro, A Noite do Chupacabras), Paulo Biscaia (Morgue Story, Nervo Craniano Zero), e especialistas no gênero, como Laura Canepa e Carlos Primati.

Horror.DOC, de Renata Heinz

A Noite do Chupacabras, de Rodrigo Aragão (ES, 2011, 95 minutos). Com Joel Caetano, Petter Baiestorf, Walderrama dos Santos / Cegas pelo ódio, duas famílias rivais entram em confronto sem perceber que um mal maior se esconde na escuridão da floresta, se alimentando de medo e sangue. Uma violenta trama de horror e vingança que fez jorrar sangue novo no cinema independente brasileiro. Ao mesclar mitos regionais e gore oitentista, o diretor capixaba Rodrigo Aragão apontou novas possibilidades para a sedimentação do cinema fantástico no Brasil.

A Noite do Chupacabras, de Rodrigo Aragão

Amarga Hospedagem, de Claúdio Guidugli (RS, 2011, 60 minutos). Com Roberto de Paula, Franciele Cacimiro  / Ao praticarem mountain bike numa região rural do interior do RS, grupo de ciclistas é capturado por um psicopata sádico. Os incautos ciclistas precisam lutar para não serem transformados em lingüiça, mas nem todos são inocentes como aparentam. Um sangrento e divertido thriller de ação e horror produzido na pequena cidade de Roca Sales, no Vale do Taquari. Amarga Hospedagem foi inteiramente gravado com uma cyber-shot, com elenco composto por atores amadores, orçamento zero e muita criatividade, transformando uma produção tecnicamente precária num divertido exercício de cinema de gênero.

Amarga Hospedagem, de Cláudio Guidugli

Street Trash, de Jim Muro (EUA, 1987, 91 minutos) / Clássico gore oitentista sobre um grupo de mendigos que começam a derreter após beberem whisky contaminado. Um festival de insanidade e escatologia, repleto de fluídos corporais e personagens bizarros. Único longa-metragem de Jim Muro, que se tornaria nos anos seguintes um dos mais requisitados especialistas em steadycam de Hollywood, trabalhando em filmes como True Lies e X-Men.

Street Trash, de Jim Muro

CURTAS:

Baiestorf: Filmes de Sangreira e Mulher Pelada, de Christian Caselli (RJ, 2004, 20 minutos) / Documentário sobre a trajetória de Petter Baiestorf, realizador catarinense precursor das produções independentes em vídeo no Brasil, que através da produtora Canibal Produções se tornou uma nas figuras mais polêmicas e emblemáticas do cinema underground brasileiro.

 Boi Bom, de Petter Baiestorf (SC, 1998, 12 minutos). Com Jorge Timm / Os preparativos para um churrasco incluem bem mais do que apenas comprar um espeto. Homem revela um método pouco ortodoxo para preparar a carne de seu churrasco. Vídeo polêmico pela intensidade visceral de suas imagens. Não recomendado para pessoas sensíveis e vegetarianos em geral. (Filmado em VHS)

Blerghhh, de Peter Baiestorf (SC, 1996, 50 minutos). Com Cesar Souza, David Camargo, Denise V, Jorge Timm / Grupo de guerrilheiros formado por dementes e pervertidos seqüestra filho junkie de um milionário. A situação se complica quando nem tudo o que deveria morrer permanece morto. Alucinada sátira sócio-política escatológica envolvendo violência e humor negro. Uma provocativa e anárquica trama típica da Canibal Produções. (Filmado em VHS)

 Coleção de Humanos Mortos, de Fernando Rick (SP, 2005, 20 minutos). Com Ulisses Granados, Tiara Curi, Marinna Anlop / Assassino desequilibrado em conflito com suas múltiplas personalidades comete atos de extrema brutalidade enquanto coleta vítimas para sua coleção de humanos mortos. Efeitos de maquiagem de Kapel Furman, um dos grandes especialistas em FX do cinema brasileiro.

Coleção de Humanos Mortos, de Fernando Rick

Confinópolis – A Terra dos Sem Chave, de Raphael Araújo (ES, 2012, 16 minutos). Com Daniel Boone, Fonzo Squizzo, Leonrado Prata / Num mundo distópico as pessoas vivem fechadas em sua própria alienação e sob o violento controle do estado. Porém, alguém sabe que em algum lugar existe uma chave para a libertação.

Confinópolis, de Raphael Araújo

Cachorro do Mato, de Maurício Ribeiro (ES, 2002, 15 minutos) / Um grupo de jovens tem seu fim de semana no campo transformado em um pesadelo sangrento quando se deparam com um abominável e faminto… cachorro do mato! Sangue e risadas nesta hilária produção amadora realizada no Espírito Santo.

O Curinga, de Irmãos Christofoli (RS, 2009, 17 minutos). Com Rafael Tombini, Nilson Asp, Ariane Donato / Um apartamento vazio, um homem, um baralho de cartas, e algumas pragas bíblicas. Baseado no conto Eu Não Matei o Mundo.

Dr, de Joel Caetano e Felipe Guerra (SP, 2012, minutos’). Com Oldina do Monte, Mariana Zani / Confrontado pela esposa infeliz no relacionamento e pela sogra possessiva, um homem descobre que discutir a relação nem sempre é a melhor saída para o casal. DR é o insano resultado da união de Joel Caetano e Felipe Guerra, dois dos mais notórios realizadores da atual cena independente de horror brasileira.

DR, de Joel Caetano e Felipe Guerra

Morte e Morte de Johnny Zombie, de Gabriel Carneiro (SP, 2011, 14 minutos). Com Joel Caetano, Charlene Chagas, Ana Luíza Garcia / Contaminado por uma substância tóxica, Johnny, o funcionário de uma fábrica começa a sofrer uma bizarra transformação. A repentina chegada dos amigos para uma festa em sua casa desencadeia uma fome incontrolável gerando uma inusitada e sangrenta situação.

Nove e Meia, de Filipe Ferreira (RS, 2012, 20 minutos). Com Rafael Tombini, Leonardo Machado, Herlon Holtz / Após perder a filha, atropelada por um estranho, homem se torna obcecado pelo desejo de vingança. Dramático thriller baseado no conto Nove Horas e Trinta Minutos de Rubem Fonseca.

Nove e Meia, de Filipe Ferreira

Rigor Mortis, de Fernando Mantelli e Marcello Lima (RS, 2012, 20 minutos). Com Daniel Bacchieri, Renata de Lélis, Morgana Kretzman, Patrícia Soso / Eros e Tanatos, vida e putrefação. Desejo e morte se fundem quando um casal se vê envolvido numa trama bizarra onde o marido é contaminado por uma estranha infecção.

 Raquetadas Para a Glória, de TV Quase (ES, 2011, 7 minutos). Com Daniel Furlan, Juliano Enrico, Gabriel Labanca, Keka, Raul Cheque / Para vingar a morte do amigo, Ricky Larusso procura o lendário mestre bêbado para ensinar-lhe as técnicas mortais de um jogo brutal, o frescobol! Uma produção da TV Quase, um dos mais anárquicos grupos de humor do Brasil, que produz material exclusivamente para a Internet.

Rango, de Rodrigo Portela (RS, 2007, 6 minutos). Com Cláudio Benevenga, Chico De Los Santos, Dhirley Cunha, Leonardo Barison/ Quatro homens em conflito por um punhado de carreteiro numa hilariante homenagem ao western spaghetti.

Rackets in London- The Olympic Dream, de TV Quase (ES, 2012, 7 minutos). Com Daniel Furlan, Juliano Enrico, Gabriel Labanca, Keka, Raul Cheque / Após vingar a morte de seu melhor amigo Ricky Larusso vai para a Inglaterra lutar para que transformem o frescobol em um esporte olímpico. Porém, um novo vilão tentará atrapalhar os seus planos. A trupe da TV Quase invade Londres nesta ainda mais absurda seqüência de Raquetadas Para a Glória.

O Solitário Ataque de Vorgon, de Caio D’Andrea (SP, 2011, 6 minutos). Com Boris Ramalho, Luiz Otávio Santi / Não há nada mais perigoso do que um monstro com o coração partido.

O Solitário Ataque de Vorgon, de Caio D’Andrea

Sangue e Goma, de Renata Heinz (RS, 2011, 14 minutos). Com Rafaela Cassol, Leonardo Machado, Beto Mônaco / Ella não consegue fugir de seu destino e esbarra na afirmação constante de que as coisas podem não ser o que aparentam.

Sangue e Goma, de Renata Heinz

Testículos, de Chistian Caselli (RJ, 2001, 15 minutos). Com Clara Linhart, Lois Lancaster, Rodrigo dos Santos / Um convite para almoçar na casa de um antigo amigo toma rumos surreais quando um exótico prato é servido.  Com a participação de Lois Lancaster, vocalista da lendária e insólita banda carioca Zumbi do Mato.

X-Paranóia, de Cristian Cardoso e Felipe Moreira (RS, 2012, 14 minutos). Com César Scortegagna, Cristian Cardoso, Tiana Moon / Diversas teorias conspiratórias transformam o simples ato de comer um X numa lanchonete em uma aventura complexa, fazendo com que um homem comece a questionar sua própria sanidade.

Vontade, de Fabiana Servilha (SP, 2011, 10 minutos). Com Alexandre Rabello, Douglas Domingues, Marina Ballarin / Após um exaustivo dia de trabalho, Luís acorda no meio da madrugada. Desesperado, sai às ruas em uma busca misteriosa. Conforme o tempo passa, fica cada vez mais difícil conseguir o que procura. A vontade é cruel e inexorável, e precisa ser saciada a qualquer custo.

Vontade, de Fabiana Servilha

UMA PRODUÇÃO CINEMA EX MACHINA & TOQUE DE MUERTO

APOIO:

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A VINGANÇA DOS FILMES B-PARTE 2!

(A arte do cartaz e a vinheta da mostra foram uma grata contribuição do grande amigo Marcelo Lim)

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08/11/2012 · 1:38

A OUTRA FACE DA VIOLÊNCIA NO PROJETO RAROS!

Na próxima sexta-feira (17 de agosto), às 20h, o Projeto Raros da Sala P.F. Gastal (Usina do Gasômetro, 3° andar) apresenta  A Outra Face da Violência (Rolling Thunder, EUA, 1977).  Dirigido por John Flynn, e roteirizado pelo lendário Paul Schrader (Taxi Driver, Touro Indomável),  A Outra Face da Violência  narra uma emblemática e cruel trama de vingança numa América setentista pós Vietnam.

O Major Charles Rane (Willian Devane) retorna para casa como herói de guerra após passar anos como prisioneiro no Vietnam. Em seu amargo retorno ele encontra sua esposa amando outro homem, um filho pequeno para o qual é um completo estranho, e um país em crise, sofrendo a ressaca moral e financeira de uma guerra sem sentido. Charles Rane é um homem sem perspectivas, um estranho no ninho tentando se reintegrar a sociedade longe da crueldade dos campos de batalha. Mas a violência o persegue como uma sombra, e quando um grupo de marginais invade a sua casa em busca de dinheiro, deixando-o aleijado após uma sessão de torturas, e matando cruelmente sua esposa e o filho que mal teve a chance de conhecer, a única coisa que parece fazer sentido em sua vida é o desejo de vingança. Acompanhando de um amigo neurótico de guerra, interpretado por um jovem Tommy Lee Jones , e por uma garçonete intempestiva (Linda Haynes),  o Major Rane empreende uma violenta busca pelos assassinos.

Embalado pelo sucesso de Taxi Driver, o roteirista Paul Schrader vendeu para a Twentieth Century-Fox uma história de vingança onde poderia continuar explorando suas obsessões a respeito da crueldade humana, com seus personagens marginais e anti-heróis em situações limítrofes. Os executivos ficaram chocados, alegando que o resultando final havia ficado violento demais para ser distribuído pela Twentieth Century-Fox, e assim a produção acabou sendo vendida para a mítica distribuidora de filmes B American Internacional Pictures, de Samuel Z. Arkoff.  Mesmo com a distribuição limitada o filme fez relativo sucesso sendo exibido principalmente em cinemas drive in e nas típicas sessões grindhouse da época, chegando a ser citado na lista dos dez melhores filmes de 1977 organizada pelo notório crítico de cinema Gene Siskel.

Recentemente A Outra Face da Violência acabou incluído na seleção pessoal compilada por Quentin Tarantino para a tradicional revista Sight & Sound, que a cada dez anos desde 1952 publica uma lista com os dez melhores filmes de todos os tempos. A paixão de Tarantino pelo filme de John Flynn o levou a batizar a sua distribuidora de filmes independentes de Rolling Thunder.

Uma obra conturbada e seminal de um período em que o cinema americano começava a questionar criticamente o conflito do Vietnam e seus efeitos colaterais. Enquanto o país tentava se reerguer e compreender o fracasso desta empreitada, Paul Schrader direcionava suas armas para a própria sociedade americana, como se apontasse a raiz do mal. Sobre Schrader, o folclórico diretor John Millius comentou certa vez: “Se existe um psicótico a quem não se deve nunca vender uma arma, esse é Paul Schrader”.

ATENÇÃO: A Outra Face da Violência será exibido com áudio original em inglês e legendas em espanhol. Entrada franca.

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